Mitos e verdades sobre a Infertilidade


  1. Um em cada seis casais vai ter dificuldades para engravidar?

    VERDADE. Segundo a European Society of Human Reproduction and Embriology (E.S.H.R.E.) a definição geral de infertilidade é a diminuição da capacidade de conceber em relação à população geral. Esta situação atinge cerca de 15 a 20% de todos os casais em idade reprodutiva. Mas atualmente é possível reverter a maioria destes casos com os recursos disponíveis nos Centros de Reprodução Humana, como na Plena Fértile, em Toledo.
  2. A maioria dos casais que tem relações sexuais no período fértil engravida?

    MITO. Um casal completamente sadio que tem relação sexual no período fértil pode não conseguir engravidar no primeiro mês. A chance de um casal saudável engravidar é de aproximadamente 20% a cada mês, isto nas mulheres abaixo dos 30 anos e de apenas 5% ao mês acima dos 40 anos, mesmo se o casal tiver relações sexuais todos os dias, durante um mês, incluindo o período fértil. Por outro lado, muitas vezes, uma única relação, no mês, pode resultar em gravidez, principalmente no caso das mulheres mais jovens. Após 12 meses, o casal terá aproximadamente 85% de chances de ter engravidado, caso isto não ocorra, é necessário procurar ajuda médica especializada.
  3. As mulheres são as maiores responsáveis pelos problemas que afetam a fertilidade do casal?

    MITO. Quando se procura a causa da infertilidade encontramos 30% das vezes apenas o fator masculino como causador, em 30% das vezes apenas o fator feminino e 30% das vezes existe alguma dificuldade em ambos (ela com endometriose e ele com diminuição leve do número de espermatozóides, por exemplo). Os outros 10% dos casos são de infertilidade sem causa aparente, onde não se encontrou nenhuma alteração nos exames.
  4. Os anticoncepcionais podem comprometer a fertilidade quando usados por muito tempo?

    MITO. A pílula, objetivamente, não traz nenhum perigo para a fertilidade da mulher. O que pode acontecer é a não observação de um problema pré-existente. É comprovado cientificamente, que mulheres que usam pílula anticoncepcional têm uma chance muito menor de desenvolver endometriose, cistos nos ovários, bem como câncer de ovário e endométrio. Vale lembrar que com a interrupção da injeção mensal, a fertilidade da mulher logo retorna, já com a medicação trimestral, permitida durante a amamentação, pode haver um atraso no retorno da fertilidade. Em média, costuma demorar quatro meses após o término do efeito da injeção.
  5. Quem tem ovários policísticos não consegue engravidar sem tratamento?

    MITO. Quem tem ovários policísticos pode ou não ter dificuldades para engravidar, pois a ovulação ocorre de maneira irregular. Quanto maiores os atrasos das menstruações e se associado ao aumento de peso, mais freqüente as dificuldades para engravidar espontaneamente. Muitas vezes apenas a normalização do peso já é suficiente para a gestação acontecer naturalmente, outras vezes medicamentos indutores da ovulação serão necessários.
  6. É quase impossível ter filhos após os 37 anos, mas com os tratamentos de reprodução assistida é possível ter filhos em qualquer idade?

    MITO. A fertilidade da mulher começa a diminuir normalmente a partir dos 30 anos e se acentua a partir dos 35 anos, quando 8% destas já não possuem mais óvulos. Existem duas épocas em que a fertilidade sofre um impacto negativo ainda maior, que é em torno dos 37 anos e depois aos 42 anos. O avançar da idade leva a redução não só do número de óvulos, como também da sua qualidade, e mesmo utilizando-se de fertilização in vitro, as chances de gravidez diminuem e aumentam a ocorrência de abortos e síndromes. As mulheres com 42 anos ou mais, provavelmente terão que recorrer a técnicas de reprodução assistida e óvulos doados.
  7. O abortamento provocado pode causar infertilidade?

    VERDADE. O aborto provocado pode deixar sequelas, como as lesões nas trompas, aderência das paredes internas do útero, devido a restos deixados, e aderências pélvicas devido a infecções ascendentes, pois frequentemente não são realizados em boas condições de esterilização. No entanto, os abortos espontâneos com até 10 semanas de gestação, quando não evolui adequadamente a gestação, são realizados em ambiente hospitalar e apresentam baixo risco de complicações à mulher.
  8. Existem casos que mesmo com o tratamento adequado o casal não consegue engravidar?
    VERDADE. Poucas áreas da medicina alcançam taxas de sucesso tão altas. As taxas cumulativas chegam a 95% de gravidez ao longo de vários tratamentos. Mesmo recorrendo a todos os tratamentos disponíveis, e seguindo-os à risca, existe a possibilidade de não conseguir a gravidez. Apenas 5% dos casais, os problemas que levam à infertilidade são indefinidos. Em alguns casos, como menopausa, ausência de útero, azoospermia (ausência de espermatozóide), o casal não vai poder gerar uma criança a menos que recorra à doação de óvulos, sessão temporária de útero, ou aos serviços de banco de sêmen, o que permitiria a continuidade do tratamento.
  9. Uma mulher que engravidou através de fertilização, só vai conseguir engravidar uma próxima vez utilizando novamente técnicas de reprodução assistida?

    MITO. Muitos casais subférteis ou com infertilidade sem causa aparente podem engravidar espontaneamente após anos de tentativas, mas um número muito maior acaba ficando sem filhos quando não procuram ajuda especializada. Portanto recomenda-se que após 1 ano de tentativas para engravidar sem sucesso, o casal deve procurar investigar e tratar, sendo que quando a mulher tem mais que 35 anos esta espera não deve ser mais que 6 meses.
  10. Tratamentos para infertilidade sempre são de alta tecnologia e custo elevado?

    MITO. A maioria dos casais consegue engravidar mediante procedimentos simples, que atualmente já são tratamentos médicos estabelecidos e não mais considerados excepcionais. Algumas vezes a normalização de peso, a indução da ovulação e a simples orientação do casal, é suficiente para a gravidez acontecer.
  11. Com determinados chás e muitas orações é certo que a gravidez acontecerá?

    MITO. A fé e fatores emocionais ou psicológicos são muito importantes no tratamento, mas existem muitas alterações que necessitam de tratamentos bem estabelecidos para serem resolvidas e caso haja a demora podem acabar diminuindo ou acabando com as possibilidades do casal conseguir a gravidez. Por exemplo, o casal em que o homem tenha uma diminuição importante do número de espermatozóides, surpreendentemente a gravidez pode ocorrer de maneira espontânea após anos, ou mesmo com tratamentos simples, mas é mais provável que o casal fique sem filhos se ficar esperando, pois 8% das mulheres já não têm óvulos aos 35 anos.
  12. Tratamentos para infertilidade sempre geram gêmeos?

    MITO. A maioria dos tratamentos resulta no nascimento de um único bebê. Entre as gestações obtidas com o uso de citrato de clomifeno para indução da ovulação, por exemplo, menos de 10% resultam em gêmeos. Entretanto, a probabilidade de nascimentos múltiplos realmente é mais alta em mulheres que fazem fertilizações. As taxas gravidez nas fertilizações são de aproximadamente 40%, sendo que os gêmeos correspondem até a 20% e os trigemelares a menos de 1% dos casos. Com a transferência de menos embriões é possível reduzir os riscos de gestações múltiplas.
  13. Mulheres com idade avançada têm mais dificuldade para engravidar?

    VERDADE. A chance de um casal saudável engravidar é de aproximadamente 20% a cada mês nas mulheres abaixo de 30 anos, mas de apenas 5% nas mulheres acima dos 40 anos. Mesmo que a mulher esteja em excelentes condições físicas e tenha os melhores hábitos de vida sua fertilidade diminui, as chances de um aborto espontâneo aumenta, assim como as síndromes cromossômicas.
  14. Os homens são os maiores responsáveis pela infertilidade nos casais?

    MITO. Quando se procura a causa da infertilidade encontramos 30% das vezes apenas o fator masculino como causador, em 30% das vezes apenas o fator feminino e 30% das vezes existe alguma dificuldade em ambos (ela com endometriose e ele com diminuição leve do número de espermatozóides, por exemplo). Os outros 10% dos casos são de infertilidade sem causa aparente, onde não se encontrou nenhuma alteração nos exames.
  15. O uso da pílula do dia seguinte pode interferir na fertilidade feminina?

    VERDADE. O perigo da pílula do dia seguinte é que, com o uso freqüente ela quebra o ritmo hormonal e a gravidez pode acontecer. Vale ressaltar que essa pílula é uma boa ferramenta apenas em caso de emergência, não devendo ser usada rotineiramente. Existe ainda a preocupação indireta, que o hábito de usar a pílula do dia seguinte seja acompanhado pelo não uso do preservativo, o que leva a exposição às DSTs – doenças sexualmente transmissíveis, que podem comprometer a fertilidade.
  16. Mulheres atletas que se exercitam demais vão ter dificuldades para engravidar?

    VERDADE. Atletas que praticam exercícios extenuantes, como corridas de longa distância, podem resultar no que se chama de amenorréia, ou ausência de períodos menstruais e ovulação. Isso ocorre quando o nível de gordura do corpo cai a níveis inferiores aqueles necessários para ajudar na ovulação. Há aquelas que, mesmo com rotina de superatletas, continuam a ter a menstruação regularmente, mantendo sua fertilidade. As mulheres empenhadas em engravidar devam reduzir seus exercícios para níveis mais moderados.
  17. A endometriose pode causar infertilidade?

    VERDADE. A endometriose nos seus diversos graus pode afetar a fertilidade, evidentemente que, quanto mais avançada, mais poderá ser sua interferência. A endometriose pode fazer aderências, obstrução parcial ou total das trompas. Também podem ocorrer aderências e/ou lesões de outras estruturas da pelve como intestino, bexiga e útero, nestes casos, a trompa pode não conseguir captar o óvulo liberado pelo ovário no momento da ovulação. Em algumas situações, a endometriose pode dificultar o desenvolvimento dos óvulos, ou mesmo a saída destes do ovário. Em outros casos, a doença pode alterar vários mecanismos fisiológicos da reprodução, ao nível dos oócitos, havendo frequentemente menor resposta a indução, na interação destes com os espermatozóides, na função tubárea paralisando as trompas, no embrião ou na implantação deste na cavidade uterina, interferindo negativamente em todos estes níveis.
  18. Quem tem útero retrovertido tem mais dificuldade para engravidar?

    MITO. Não se trata de uma anormalidade, mas sim uma variante da posição normal do útero, já que a grande maioria das mulheres não apresenta sintoma ou problema devido a isso. Caso haja a dificuldade para engravidar e o casal perceba a saída rápida do sêmen, pode ajudar nessa situação a orientação de permanecer deitada por trinta minutos após as relações, com o objetivo de evitar perda rápida do sêmen, o que poderia reduzir as chances de engravidar.
  19. É possível engravidar com apenas um ovário e uma trompa?

    VERDADE. É possível engravidar com apenas um ovário e uma trompa. Quando houver histórico de gestações ectópicas ou outras doenças que afetam trompas e ovários, quando ocorrer a gravidez novamente, deve-se confirmar que a gravidez atual está no interior do útero, pois o mesmo fator que levou a retirada do ovário ou trompa pode também ter lesado a trompa que ficou.
  20. Através das fertilizações temos 100% de chance da gravidez ocorrer?

    MITO. As taxas de gravidez nas fertilizações são de aproximadamente 40% por tentativa, sendo que os gêmeos correspondem até a 20% do total das gestações e os trigemelares são menos que 1%. Quando se fala em taxas cumulativas, com vários procedimentos, menos de 10% dos casais permanecerão sem filhos. Para diminuir as gestações múltiplas tem-se transferido menos embriões.
Fonte: Clínica Plena

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